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quarta-feira, abril 04, 2012

ARTIGO - NÃO BASTA SER INTELIGENTE, TEM QUE SABER PENSAR!


Muito se discute sobre a veracidade do fato dos TDAH's serem portadores de uma inteligencia maior do que o normal. Sendo os maiores criticos, os próprios TDAH's.

Bom, neste fragmento do bate papo sobre o lançamente do livro "Smart Thinking", o autor o introduz de uma maneira muito boa, no qual, uma das informações passadas é sobre "a diferença entre inteligencia e saber pensar".

Apesar de ser só uma introdução, tem bastante informação.

Colocando as palavras chaves do texto:

Criatividade, focalização, procrastinação, métodos, inteligencia


(OBS: O texto é grande, mas caso se interessem como eu me interessei, então vão conseguir ler)










C: Muita gente acha que “saber pensar” e “ser inteligente” são a mesma coisa. No livro, você fala que essas são duas coisas diferentes. Você pode falar um pouco sobre essa diferença?

AM: Sim, são coisas diferentes. Nos últimos, vamos dizer, 100 anos, o nosso foco tem sido em “ser inteligente” ao invés de ser em “saber como pensar”. E isso acontece porque a gente sempre quer ser capaz de mensurar as coisas. E se a gente quer ser capaz de medir se as pessoas sabem pensar, sem necessariamente conhecer o que elas já sabem, a única forma de fazer isso é usando problemas que as pessoas são capazes de resolver sem que o conhecimento e a experiência que ela já possui seja relevante. Essa é, na verdade, a base dos testes de inteligências que temos hoje. E quando a gente analisa esses testes, a gente percebe que realmente existe uma variabilidade nas notas que as pessoas tiram nessas tarefas altamente abstratas, que parecem mais um desses jogos de pergunta-e-resposta que jogamos em festas e reuniões com amigos. O problema, no entanto, é que se você analisar o que realmente significa ser bem-sucedido, criativo e inovador no mundo de hoje, você vai descobrir que as notas que as pessoas tiram nesses testes de inteligência são péssimas para prever quem vai ser ou não bem-sucedido, criativo ou inovador. Por aí, a gente vê que existe uma distinção entre essas duas coisas. E então, a pergunta que nos fazemos é: o que realmente faz com que as pessoas sejam bem-sucedidas, criativas e inovadoras? E isso tem muito mais a ver com o conhecimento que as pessoas têm do que com a capacidade de raciocínio abstrato, que é exatamente o que a gente mede nos testes de inteligência.

C: Isso quer dizer então que qualquer um pode “aprender a pensar” de maneira efetiva. E no livro você nos ensina a fazer isso a partir de uma fórmula simples. Fale um pouco dessa fórmula.

AM: A fórmula é simples e envolve três aspectos. Primeiro: é preciso criar hábitos inteligentes, segundo: é preciso desenvolver conhecimento de alta qualidade e terceiro: é necessário usar esse conhecimento sempre que precisarmos. Vamos falar de cada um desses aspectos separadamente. Hábitos são aquelas coisas que fazemos no nosso dia-a-dia. Nós passamos grande parte da nossa vida fazendo coisas que não precisamos pensar muito para fazer. E isso é uma coisa boa. É bom que a gente não tenha que pensar onde está o interruptor da luz do banheiro, onde fica o freio e o acelerador quando dirigimos, o que fazemos geralmente quando acordamos, etc. Todas essas coisas são coisas que queremos fazer automaticamente, sem ter que pensar. E no decorrer da nossa formação, nós criamos um monte de hábitos sobre como pensar. E nem todos esses hábitos são bons e efetivos para o nosso dia-a-dia. Assim, o que devemos fazer é criar hábitos que promovam um pensar que seja efetivo e funcional. O segundo ponto da fórmula diz que esses hábitos devem nos auxiliar na maximização da qualidade do conhecimento que temos. Todas as pessoas que nós consideramos que “sabem pensar” têm uma coisa em comum: eles sabem muito sobre como as coisas no mundo funcionam. É impossível resolver um problema quando não sabemos como as coisas funcionam. Não importa qual seja o problema. Seja ele consertar seu carro, desenvolver um produto que faz com que nosso coração funcione melhor ou até mesmo encontrar uma forma de fazer o consumidor escolher o seu produto. Em todos esses casos, para resolver o problema, você precisa saber bastante coisa sobre a área com a qual você está atuando, e saber como as coisas nesse campo funcionam. Isso é o que eu chamo de conhecimento de alta qualidade. O terceiro ponto, tem a ver com o uso desse conhecimento sempre que precisamos. O mais difícil dessa parte é que, por definição, toda vez que a gente está tentando fazer algo inovador, estamos na verdade tentando fazer algo que ninguém nunca fez antes. O que quer dizer que ninguém nunca resolveu o mesmo problema que você está tentando resolver. Mas o que acontece na maioria das vezes é que o problema que está você está tentando resolver já foi resolvido, mas em alguma outra arena. Por exemplo, no livro, eu falo do empreendedor James Dyson. Ele criou uma empresa de aspiradores de pó que produz aspiradores que não precisam de um filtro. Dyson estava completamente insatisfeito com a idéia de que, com o tempo, os filtros entupiam e a capacidade de sucção do aspirador de pó caía consideravelmente. Ao invés de tentar inventar um filtro que funcionasse melhor, ele se perguntou: “qual é o problema que um filtro em um aspirador de pó está tentando resolver?” E a resposta para essa pergunta é simples: basicamente, o que o filtro faz é separar a sujeira do ar. O aspirador coleta uma combinação de sujeira e ar, e o filtro deve fazer a separação dessa combinação. Assim, ao invés de tentar inventar um filtro melhor, ele pensou em outras áreas que supostamente enfrentam o mesmo problema (separar sujeira do ar). Ele então descobriu que serrarias têm o mesmo problema. Elas precisam separar a “serragem” do ar. E para fazer isso, as serrarias utilizam o que chamamos de “ciclone industrial” para fazer essa separação. Dyson então resolveu construir um ciclone industrial em miniatura dentro de um aspirador de pó. E com isso, ele inventou um novo conceito de aspirador de pó e tem hoje um dos negócios mais bem-sucedidos nos Estados Unidos.

C: Você diz que é importante criar hábitos inteligentes. Mas muitos de nós têm um monte de hábitos ruins. Por que é tão difícil eliminar esses hábitos ruins?

AM: Uma coisa que a maioria das pessoas não sabem é que hábitos são na verdade parte da nossa memória. Em outras palavras, seus hábitos são memórias de ações que você executou no passado e que você vai executar novamente no futuro. Essas ações podem ser ações físicas ou ações mentais. E uma coisa que é impossível de fazer é “parar a nossa memória”. Isso quer dizer que é difícil não executar ações que executamos no passado. O que você deve fazer para mudar seus hábitos é “atrapalhar” essas memórias de alguma forma. Existem várias maneiras que você pode fazer isso: por exemplo, para evitar que essa memória venha à tona, você pode mudar o seu ambiente, de maneira que as pistas que trazem essas memórias à tona sejam eliminadas. Mudando um pouco o seu ambiente, você faz com que certas ações passem a ser irrelevantes no novo ambiente. Uma alternativa é tentar fazer uma nova associação entre o seu ambiente e uma nova ação. Na maioria das vezes, as pessoas têm dificuldades para mudar um hábito ruim, como por exemplo, parar de fumar ou parar de comer muito, simplesmente porque elas tentam substituir o hábito ruim por nada. E você não pode substituir alguma coisa por nada. Você deve substituir um comportamento com algum outro comportamento.

C: Você diz que é importante saber como as coisas funcionam. Mas, cá pra nós, é impossível saber tudo sobre tudo. É impossível ser expert em tudo. Além disso, é impossível lembrar de tudo que sabemos o tempo todo. Como lidar com essas limitações e ainda pensar de maneira efetiva?

AM: É verdade. Não tem jeito de ser um expert em tudo. Em contrapartida, é possível aumentar a quantidade de conhecimento que você extrai das suas experiências. Por exemplo, todos nós assistimos aulas, participamos de reuniões, assistimos programas de TV que tem algum valor educativo ou lemos revistas e artigos para saber das coisas. E em cada um desses exemplos, se você não presta atenção, não lê cuidadosamente, ou não tenta explicar para você mesmo aquilo que você acabou de aprender, você simplesmente perde uma oportunidade de aprender alguma coisa que você pode vir a precisar mais tarde, em alguma outra situação. Ou seja, apesar de não ser possível ser um expert em tudo, você pode sim maximizar as oportunidades de aprendizado presentes nas situações que você encontra. Uma das maneiras mais facéis de fazer isso é evitar fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo Evitar o que a gente chama de multitasking. Um dos hábitos ruins que muitos de nós temos, especialmente agora com a presença de smartphones, iPads, bate-papos, emails ou qualquer aparelho que nos conecta à Internet, é que nós não maximizamos o tempo que a gente gasta para aprender coisas novas. Isso por que estamos constantemente dividindo nossa atenção entre o que estamos tentando aprender e todas essas outras coisas que sempre parecem importantes para nós. Para melhorar a qualidade do conhecimento que adquirimos basta evitar fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Se está em uma reunião, desligue o celular, desconecte o iPad da Internet, não responda à nenhuma mensagem de texto, etc. Só assim você vai ser capaz de aumentar a qualidade do conhecimento que adquire.

C: Eu quero voltar nesse ponto sobre “fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo”, mas antes quero te perguntar sobre a importância de sempre fazer analogias. Você fala sobre isso no livro. Por que é importante sempre buscar analogias para explicar as coisas?

AM: Imagine que você esteja querendo resolver um problema. Se alguma outra pessoa já tiver resolvido exatamente o mesmo problema que você está tentando resolver, então você não tem nenhum problema. Basta que você repita a solução que a pessoa tem. E muita coisa na nossa vida é assim. A gente não precisa descobrir como limpar os nossos dentes, pois alguém já descobriu. Existe um procedimento para isso. Até mesmo para coisas mais complicadas isso acontece. Se você não estiver se sentindo bem, simplesmente vá ao médico que ele certamente vai reconhecer os sintomas e oferecer uma solução para o seu problema. No entanto, quando o conhecimento que as pessoas têm sobre um determinado problema acaba, de maneira que não temos uma solução para o problema, existem apenas duas maneiras de resolver o impasse. Você desenvolve uma pesquisa específica sobre o problema. Muitas empresas fazem isso. Grandes empresas têm equipes responsáveis em pesquisar e desenvolver soluções para determinados problemas. Mas esse é um processo demorado, que consome muita energia. E às vezes você tem que fazer isso mesmo, pois o conhecimento necessário para resolver o problema simplesmente não existe. Mas, para resolver um problema de maneira mais rápida, é preciso reconhecer que provavelmente alguém, em algum lugar e em um outro domínio, já resolveu um problema parecido. E o que você precisa fazer é encontrar essa solução, mesmo que ela seja superficialmente diferente do que você procura. Por exemplo, se você está tentando criar uma maneira de acabar com as pestes da seu jardim sem no entanto matar também a grama, as flores, etc. e já não tem mais nenhuma idéia de como fazer isso, o que você precisa fazer é se perguntar: “qual é realmente o problema que eu estou tentando resolver?”. Assim, você vai começar a perceber que o que realmente você está tentando fazer é evitar o que a gente chama de “efeito colateral”. Basicamente a idéia é que você quer evitar destruir as coisas boas junto com as coisas ruins. Se você pensa no problema nesses termos, você vai logo perceber que muita gente, em outros domínios, já teve que lidar com essa questão de “efeito colateral”. O próprio termo vem de um domínio diferente. Pessoas que pintam cabelo, por exemplo, enfretam o problema de pintar o cabelo sem pintar a pele da pessoa, ou o chão. Em medicina, os médicos enfretam o problema de como criar um mecanismo que destrói tecidos cancerosos sem destruir os tecidos não-cancerosos. Basicamente, esses grupos estão tentando resolver o mesmo tipo de problema. É possível que se você analisar o estilo das soluções que essas pessoas chegaram para o problema delas, você tenha algum insight sobre como resolver o seu problema.

C: Voltando à questão de “fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo”, você diz que isso é ruim. Eu, particularmente, acho que esse é o hábito ruim mais difícil de ser eliminado. Ainda mais hoje em dia com toda essa gama de informações disponíveis na Internet. A Internet é altamente atrativa para esse tipo de coisa. Você está lendo um texto, daí chega um email com um link para um vídeo do YouTube, você assiste ao vídeo, e esse vídeo te leva a assistir outro que te leva a pesquisar sobre algum assunto tratado no vídeo, etc. Quando você percebe, já gastou 30 minutos fazendo mais de 10 coisas ao mesmo tempo. Como lidar, de maneira inteligente, com essa tentação que é a internet?

AM: Ótima pergunta! Você está certo. A Internet está cheia de armadilhas que nos distraem o tempo todo e acabamos fazendo mais coisas do que tínhamos planejado. Mas existem algumas coisas que você pode fazer para evitar isso. A primeira é simples: fique longe da Internet quando você não precisa de Internet. Por exemplo, se você precisa ler um artigo, faça isso em um lugar onde Internet não esteja disponível. Se você precisa escrever alguma coisa, desconecte seu email, feche os navegadores de Internet, desligue seu smartphone. Assim, você não será tentado a checar seu email ou a usar a Internet. Crie um oásis onde você não tem nenhuma tecnologia por perto. Isso é uma coisa que você pode fazer. Se por algum motivo, você se for sugado por um tanto de emails — que te levam a checar o seu Facebook e que então te leva a assistir um punhado de vídeos de gatos na Internet, etc. — uma coisa que eu sempre sugiro às pessoas é: coloque um cronômetro na sua mesa. Toda vez que precisar procurar alguma coisa na Internet, coloque o cronômetro para contar 5 minutos. Quando o alarme do cronômetro disparar, se você estiver lendo algo relevante ao que estava procurando, ótimo. Caso contrário, o que o cronômetro fez foi lembrá-lo de que está na hora de voltar ao trabalho. E com o tempo, você vai começar a desenvolver um “cronômetro interno” que mesmo quando você esquecer de programar o cronômetro externo, você vai perceber mais rapidamente que precisa voltar ao trabalho.

C: Parece que a gente tem todas as ferramentas necessárias para saber pensar. Ainda assim, não o fazemos. Por que somos tão incompetentes nessa tarefa?

AM: Eu não acho que sejamos incompetentes nessa tarefa. Mas eu acho sim que podemos melhorar. E talvez a gente seja sim incompetentes, mas apenas por que sabemos muito pouco sobre o funcionamento da nossa mente. É impossível ser um bom cozinheiro sem saber sobre como os diferentes sabores dos alimentos se misturam. É impossível construir uma ponte confiável sem saber alguma coisa sobre física. Você não vai conseguir consertar um carro se não souber nada sobre como um motor de carro funciona. Mas a gente está sempre pedindo às pessoas que elas “pensem”, sem ensinar qualquer coisa sobre como a mente funciona. Sempre temos que confiar nas coisas que as outras pessoas nos dizem. Então, saber como a mente funciona pode sim nos ajudar a pensar de maneira mais efetiva. Uma das coisas que eu tento fazer no livro é promover o “pensar” ao te “ensinar a pensar”. O livro está dividido em uma parte que te ensina sobre a ciência por trás de como a mente funciona e uma outra parte que te dá dicas de como utilizar essa ciência e esse conhecimento para pensar de maneira mais efetiva. A idéia é que você pode utilizar essas dicas e, se você entender como a mente funciona, você pode adptar essas dicas de forma que elas funcionem para você particularmente.



Art Markman é professor de Psicologia e Marketing na Universidade do Texas em Austin. Art já publicou mais de 125 artigos científicos e é o editor-chefe do periódico Cognitive Science desde 2006. Art atua também como consultor em empresas como Procter & Gamble, faz parte do comitê científico do programa de televisão Dr.Phil e tem um blog no site Psychology Today. Você pode acompanhar os trabalhos do professor Art Markman pelo seu Twitter e Facebook.
O Cognando, agora oficialmente parte do ScienceBlogs Brasil, irá sortear uma cópia autografada do livro Smart Thinking. Para concorrer, basta seguir o Cognando pelo Twitter, Facebook ou Google+ e preencher o seguinte formulário online. O sorteio será realizado no dia 4 de fevereiro de 2012. Participe!


FONTE: http://scienceblogs.com.br/cognando/2012/01/nao-basta-ser-inteligente-tem-que-saber-pensar-uma-entrevista-com-dr-art-markman/

3 comentários:

  1. quero comprar esse livro, tem em portugues?
    se puder mandar algo pra fabianoferreira07@hotmail.com.br sobre preço ou onde achar, ficarei agradecido

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  2. Rapaz, estou te enviando como conseguir o livro online, e depois traduzi-lo!!!

    só não vou postar no blog por questões de "direitos autorais"...

    mas quem quiser, é só postar o email aqui!

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  3. Eu tenho extremo interesse em adquirir o livro online!!! Se possivel, me envie. Desde ja agradeço. Carolinyc31b@hotmail.com

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